*Nota do SINTECT-ES contra a privatização da ECT

Como se não bastasse a maior crise sanitária do século e o alto índice de desemprego, o Governo prefere afagar o mercado do que socorrer o povo. A proposta de privatizar os Correios é um atentado à soberania nacional, porque desmonta a estrutura da empresa, que é afinal seu principal ativo.A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é a única estatal presente em todos os municípios brasileiros, o que garante a integração nacional e um apoio fundamental à execução de políticas públicas. A empresa, que deveria ser tratada como parceira do Estado, está sendo entregue sem que os próprios trabalhadores ecetistas tenham sido ouvidos em momento algum. É preciso reafirmar: os Correios não são deficitários e nem dependem do dinheiro dos contribuintes e nem da União. A empresa também detém apenas o monopólio POSTAL, pois o setor de encomendas já é concorrencial. Porém é justamente o monopólio sobre a entrega de cartas e encomendas que justificam a existência dos Correios. É sua garantia constitucional que garante a presença das empresas em todas as cidades e a redução/regulação dos preços na “última milha”.
Quando essa estrutura – que foi construída com dinheiro público – estiver nas mãos de empresas que visam apenas o lucro, quem vai pagar por este último trecho? E mais: quando o Governo precisar enviar medicamentos, livros didáticos ou – para focar no atual contexto – VACINAS, quanto vai desembolsar por não ter mais uma empresa pública estratégica que deveria levar cidadania a todos os cantos do país?É grave o fato de o Governo ceder à chantagem do tal mercado e adiantar privatizações sem a devida discussão com as respectivas categorias profissionais e principalmente com o povo brasileiro, maior impactado pelas vendas de empresas que deveriam assegurar direitos e políticas públicas. Mais grave ainda é que seja feito de maneira autoritária, durante a maior crise sanitária do século e usado como justificativa para cobrir os “gastos” com a pandemia.
Poderia ser um atestado de incompetência, mas vindo de um presidente que boicota a ciência, a vacina e o bem-estar dos brasileiros, o nome é PERVERSIDADE mesmo.